Loja Mágica e Ilusão

domingo, 12 de setembro de 2010

Onde está a arte?

Olá,
Depois de um tempo de certa forma impossibilitado de escrever pelos mais diversos motivos que vão desde o desânimo até a correria do dia a dia, estou cá de frente ao micro e forçando meu cérebro cansado a escrever um pouco mais sobre a postura artística na mágica. Já pincelei diversos temas teatrais aplicados a magia, mas dessa vez irei tocar em um ponto que hoje em dia se vê em muitos Mágicos que estão no Mercado de trabalho que é a falta, ou mesmo grandes falhas de postura artística.
Sei que muitos irão com certeza querer me crucificar por estar fazendo tal afirmação, mas digo isso após assistir a diversas apresentações de amigos, ou mesmo de desconhecidos no meio Mágico brasileiro e notar que há um grande empenho por parte de todos em querer mostrar quem é o mais habilidoso, quem faz mais malabarismos com cartas e bolas de esponja. Uma pergunta fica em minha cabeça quando vejo tais vídeos. Será esse rapaz um Mágico ou um Malabarista? A resposta para as duas questões seria a seguinte:
Se for Mágico, então faltam muitos elementos em sua apresentação e irei delinear alguns deles no texto, porém se for Malabarista, então sim deveria esse procurar um emprego em circo.
O comentário foi rude, mas o intuito não é ofender, mas abrir aos olhos dos jovens iniciantes que o caminho para um bom futuro na arte mágica é justamente entender a arte como um todo, isto é, não basta ter grandes floreios, ou mesmo ser um mestre em XCM se falta carisma, magnetismo, e uma boa presença cênica, pois aos olhos de um espectador todas essas firulas são bonitas, porém não são nada mais do que belos movimentos, e a impressão que o mesmo terá da apresentação é de que foi bonita, porém chata de assistir.
Não critico o uso dessas técnicas em uma apresentação, mas sim o exagero, e é isso que tenho visto em muitos casos, a preocupação exarcebada em ser o melhor nos movimentos técnicos e deixando de lado totalmente a postura artística que aliada a técnica não só fortalece a mágica executada como também torna super interessante a apresentação realizada.
Outro exemplo que cito aqui é a de alguns Mágicos dos quais tive o prazer de poder analisar em suas apresentações e também notar que possuem boa técnica, uma boa rotina, um bom vestuário, porém com pouquíssimo carisma, com uma total falta de personagem, ou até mesmo de uma personalidade mágica.
Isto também conta pontos negativos na apresentação e fará com certeza com que o espectador perca o interessem em poucos minutos em visualizar o restante da apresentação.
Então o que fazer?
A resposta para isso não é algo tão simples, e segue um passo a passo um tanto trabalhoso, mas que seguido a risca com certeza será o diferencial de um bom Mágico para o algo comum já existente.
Abaixo seguem alguns pontos a serem obervados.
1- Estudar: Não adianta nada comprar equipamentos caros, treinar exaustivamente e não ter cultura mágica, mas isso é algo que você poderá exercitar lendo bons livros sobre o assunto nacionais ou de outros países. Aqui mesmo no Brasil existem bons materiais de cultura mágica que tornarão sua mente mais aberta e receptiva a mudanças. Vídeos também são boas opções, porém não substituem a leitura e prática de ensinamentos contidos em um livro.

2- Vestuário: Um item importante e marcante e que deve ser sempre bem escolhido para não correr o risco de cair na pieguice, pois de nada adianta ter um bom show se sua roupa não condiz com o personagem, com o local, ou mesmo com a plátéia a que se está apresentando.

3- Personagem: Esse é um item que não delinearei tanto aqui, pois muito já foi dito nos artigos anteriores, mas esse é um elemento com certeza vital para tornar um Mágico marcante para suas futuras contratações. Portanto recomendo a todo Mágico a leitura de livros de Stanislavski, são tres ao todo e todos vitais para quem quer se aprofundar no assunto.

4- Postura artística: Esse é o ponto chave do artigo e algo que realmente vejo muitos pecarem mortalmente. Alguns pela falta de carisma no palco, outros pela ausência de uma boa direção, muitos pelo conhecimento nulo em teatro, e tnatos outros pela somatória dos itens anteriores. Um bom curso de teatro e uma boa direção de espetáculo resolvem em grande parte esse quesito.
Então o que vemos hoje em muitos iniciantes na arte mágica é o interesse gigantesco na técnica, mas não vejo tanto interesse assim na cultura, fato esse observado em conversa de fóruns, comunidades, nas quais muitos nem interesse tem em ler uma boa revista, um boletim, ou mesmo um livro preferindo muitas vezes assistir DVDs e “chupar” o máximo que podem de determinado artista tornando-se muitas vezes cópias borradas do mesmo, e achando-se artistas. Aí fica a pergunta... Onde está a arte? A arte é também ser original, é criar, ou na pior das hipóteses incorporar a rotina de um artista e transformá-la de forma a não ser uma cópia carbono.
Ser artista Mágico em sua concepção é ter cultura, ter discernimento, ter habilidades técnicas, e
principalmente ter presença cênica com um personagem bem construido dentro de uma rotina impecável, e principalmente com uma direção competente que sanará quaisquer erros que possam envolver o espetáculo. Aí sim teremos um Mágico marcante que será para sempre lembrado pelo seu público, e não apenas mais um Mágico malabarista, ou um clone sem personalidade própria, ou pior um Mágico sem carisma que não consegue perceber seus próprios erros e ainda insistindo em um sucesso que tão cedo não virá.
Espero ter ajudado a todos!
Robson Abreu

Um comentário:

  1. olá!
    tudo bom???
    muito prazer,me chamo Augusto César...
    gostei muito do seu blogger. show de bola!
    estou lhe seguindo,me siga também???
    http://osegredodosescritores.blogspot.com/

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