Loja Mágica e Ilusão

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A era do mágico mastigadinho

Reparem que fiz questão de escrever mágico, e não Mágico, pois para mim essa geração que vive baseada em aprender mágicas em You Tubes da vida com certeza não podem e deveriam ter vergonha em se dizer Mágicos.
Não vou destrinchar aqui a história da mágica, os grandes feitos do passado, Houdini, e David Copperfield, e etcs e tais, pois não é esse o foco do texto, mas usarei um pouco do passado para ilustrar conforme o texto a seguir.
Antigamente um Mágico renomado escolhia um discípulo, e o mesmo trabalhava árduamente com seu mestre por anos a fio aprendendo de pouco em pouco para um dia, depois de uma ou duas décadas de muito trabalho ter a chance de montar seu próprio show, e nisso estamos falando de Mágicos desde a idade média até meados dos anos 1900, onde a leitura sobre o assunto era escassa, e a informação era passada apenas na relação mestre-discípulo.
No século XX começaram as publicações voltadas aos Mágicos, através de boletins exclusivos para assinantes, dentre o qual tivemos a representação do famoso Boletim Mágico de J. Peixoto, mas isso não mudou quase em nada a relação mestre-discípulo.
Nos anos 60 até anos 80 os livros tornaram-se muito mais acessíveis aos bolsos e as lojas de mágica começaram a florescer em parques temáticos tais como a DisneyWorld e com isso uma nova geração de artistas foi-se formando usando a leitura e o treino árduo como incentivador para o aprimoramento pessoal na arte. E mesmo dessa forma um artista levaria anos se aperfeiçoando antes de dizer ao mundo que era um Mágico.
Após os anos 80 com o advento dos filmes VHS muitos de nós tivemos uma facilidade que era a chance de gravar a performance de nosso artista favorito, e assim treinar baseando-se nas rotinas apresentadas pelo mesmo, e depois ir em associações e melhorar a performance conversando com os velhos mestres. Ainda assim, mesmo com as facilidades das lojas de mágica, do VHS, o artista tinha que ralar muito, mas muito mesmo antes de considerar Mágico, e sair vendendo seus shows.
E hoje?
Pois é, hoje com a internetbanda larga ultra speed qualquer jovem sem muita coisa para fazer emula um video de mágica, e pronto... Já sai fazendo aquele truque ultra mega fodástico do celular na bexiga como se fosse o David Copperfield, mas ainda isso é o menos grave, pois muitos desses curiosos logo desistem de fuçar e voltam as suas atividades normais.
O pior é aquela pessoa que vive com a cara atolada na tela de seu computador assistindo tudo que o nosso querido You Tube tem de pior, ou seja, todos as pessoas ensinando truques para quem quiser ver em canais abertos de forma porca, portanto, Mr. M é apenas uma fichinha pertos dos Mr. You Tubes de hoje em dia que além de ensinarem mágicas interessantes, e matarem todo o trabalho de milhares de mestres do passado, ainda estão formando uma geração de pseudo mágicos preguiçosos que buscam conhecimento apenas em videos emulados, livros baixados, e you tubes da vida. resumindo a Mágica descendo a ladeira rumo ao Beleléu...
Bato palmas aos poucos que começaram via You Tube e procuraram o aperfeiçoamento em fóruns, depois em associações reais (Fujam um pouco do virtual), começaram a ler livros comprados, Dvds comprados originais, frequentaram conferências, grupos de estudos etc, pois esses são poucos casos, mas que ainda seguem um caminho saudável, mas o mais comum é o mágico (Com m minúsculo mesmo) que em nada se aperfeiçoa, busca apenas comprar os truques da moda, só chupinha as rotinas alheias em nada recriando, usa performances toscas que deixariam o Cigano Igor parecendo Marcelo Mastroianni perto delas, enfim mais um "profissional' vendendo seus shows á televisões, etc com o mínimo de preparo profissional.
Agora meu amigo leitor, qual é sua posição nesse assunto?
Se for a do segundo caso corra atrás de sua evolução, pois há tempo de encontrar seu velho mestre e tornar-se um futuro prodígio na mágica, ou então aproveite a pequena fama (se houver) e morra encalhado na praia da mediocridade.

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